Ação CãoVivência

Foto: Bettina Ávila.

No ano de 2022, o projeto TamanduASAS completou a soltura do décimo tamanduá-bandeira criado e reabilitado. O quinto tamanduá solto no projeto, batizado carinhosamente de Tim, ganhou a liberdade em novembro de 2020. O animal estava bem adaptado à vida livre, e se estabeleceu na zona rural do município de Indianópolis. Três meses após sua soltura, durante o monitoramento da equipe, Tim foi encontrado machucado, após ter sido atacado por cães.


Foto: Rafael Ferraz , CETRAS - Patos de Minas.

Durante os trabalhos de campo nas áreas de soltura de animais silvestres e entorno, a equipe visualiza com frequência a presença de cães e gatos, inclusive com registros fotográficos nas armadilhas fotográficas do projeto, utilizadas para monitorar os animais silvestres.

Diversas pesquisas científicas, realizadas principalmente em Unidades de Conservação, vêm apontando o impacto de cães e gatos nas populações de animais silvestres.

A partir da problemática apresentada, a equipe entendeu que trabalhar com conservação não pode ser uma ação isolada. Seria necessário criar estratégias para reduzir os impactos negativos dos cães e gatos sobre os animais silvestres, melhorando o bem-estar e a função social dos cães para as pessoas. Neste momento, em parceria com o ICAS e Ministério Público de Minas Gerais, foi criada a Ação CãoVivência.


Uma ação para melhorar a vida dos animais, tanto dos animais de estimação, como cachorros e gatos, como dos animais silvestres. O planejamento começou em 2020, com a submissão dos projetos para Comitês de Ética, e busca por parceiros. Atualmente, as seguintes instituições estão envolvidas, cada uma com sua respectiva função ou linha de pesquisa:


  • Instituto Estadual de Florestas;

  • Ministério Público do Estado de Minas Gerais;

  • The Alongside Wildlife Foundation;

  • ICAS - Instituto de Conservação de Animais Silvestres;

  • Nobilis Fauna;

  • Parque Estadual do Pau Furado;

  • RPPN Águas Vivas;

  • Universidade Federal de Uberlândia;

  • PUC Minas - Poços de Caldas;

  • Universidade Federal de Minas Gerais;

  • Zoológico de São Paulo.

Primeira Etapa

Castrações na Comunidade da Tenda do Moreno

A primeira campanha de castração da Ação CãoVivência foi realizada nos dias 20 e 21 de dezembro de 2021, na Tenda dos Morenos (Uberlândia, MG), localizada em zona de amortecimento do Parque Estadual do Pau Furado e RPPN Retiro Águas Vivas. O Retiro Águas Vivas, além de ser uma unidade de conservação, também é parceira do IEF como área de soltura de animais silvestres.

De acordo com a secretaria de saúde, a região da Tenda do Moreno é composta por pelo menos 138 famílias.

O planejamento da campanha de castração da Ação CãoVivência foi detalhada neste documento, pois foi um projeto piloto, e o intuito é que outras ações possam ser implementadas no município de Uberlândia e região.

A equipe do CãoVivência tem o intuito de ampliar o conhecimento e experiência adquiridos nestas atividades, para outras Unidades de Conservação do Brasil que tem como um dos conflitos permanentes, a presença de cães e gatos nas áreas protegidas.

A ação não foi unicamente uma campanha de castração. O objetivo desta etapa foi também aproximar da comunidade, coletar dados sobre as necessidades e pontos de vista das pessoas, buscando interesses comuns e entendimento dos problemas, no intuito de, em conjunto, traçar planos de ação para mitigar os conflitos.

Equipe:


A equipe da Ação CãoVivência foi composta por nove pessoas, além da participação da ONG Acolhe e Veterinários na Estrada.

Juliana Magnino

Médica Veterinária/Analista Ambiental do IEF - Instituto Estadual de Florestas

Keniker Borges

Médico Veterinário

Nobilis Fauna

Rafael Ferraz

Médico Veterinário CETRAS- Patos de Minas - IEF - Instituto Estadual de Florestas

Mariana Catapani

Bióloga

ICAS - Instituto de Conservação de Animais Silvestres

Victor Gonçaves de Castro

Biólogo e Presidente da Nobilis Fauna


Ellen Jacques

Médica Veterinária – Mestranda da UFMG


Laade Oliveira

Assessora Ambiental


Andrea Nasser

Bióloga, Educadora Ambiental

ICAS - Instituto de Conservação de Animais Silvestres

Luis Augusto Akasaki

Jornalista do Instituto de Conservação de Animais Silvestres – ICAS


Realização:

Coordenação geral da ação. Responsável pelo monitoramento dos tamanduás-bandeira e demais espécies soltas nas áreas de estudo. Apoio logístico em todas as etapas da ação. Organização e realização da etapa de castração dos cães e gatos junto ao Ministério Público Federal. Elo de comunicação entre os pesquisadores, parceiros e comunidades do entorno das Unidades de Conservação e áreas de Soltura de Animais Silvestres.

Principal financiador da ação. Disponibilização de recursos financeiros para a castração dos animais domésticos e para os projetos ASAS e TamanduASAS. Viabilização de recursos para outras etapas da ação.


Coordenação geral da ação. Responsável pela parte de Dimensões humanas da coexistência homem-cão-tamanduá.


Monitoramento dos tamanduás-bandeira soltos nas áreas de estudo. Levantamento da ocorrência de cães no Parque Estadual do Pau Furado, RPPN Águas Vivas e entorno. Apoio nas atividades de transporte dos animais, campanhas de castração e educação ambiental.


Apoio:

Disponibilização de informações sobre a área de estudo. Apoio nas atividades com as comunidades no entorno do parque.

Base de pesquisa e apoio para a equipe durante execução de todas as etapas da ação. Ponto focal do trabalho de educação ambiental para a comunidade do entorno do Parque Estadual do Pau Furado e RPPN Águas Vivas e municípios de Uberlandia e Araguari.

Co-orientação das avaliações sanitárias dos animais domésticos e tamanduás-bandeira nas áreas de estudo. Estudo dos aspectos ecológicos e epidemiológicos de carrapatos do Parque Estadual do Pau Furado e entorno. Relação parasita-hospedeiro.

Desenvolvimento de um projeto de iniciação científica com alunos da graduação no curso de medicina veterinária. Avaliação, tratamento e viabilidade de soltura de um tamanduá-bandeira atacado por cães no município de Alfenas que teve sua cauda amputada. Projeto de extensão com ênfase no estudo da área onde o tamanduá foi atacado e na educação ambiental.

Avaliação Sanitária dos animais domésticos e dos tamanduás-bandeiras e demias espécies de animais silvestres soltos nas áreas de estudo.


Estudo da Dinâmica populacional e movimentação dos cães (avaliar perfis de movimentação e uso do habitat para avaliar desempenho da função social e impactos para fauna.