Foto: Bettina Ávila

Diante do elevado número de filhotes de tamanduás-bandeira órfãos após atropelamento de suas mães, e na tentativa de evitar que a destinação destes filhotes seja o cativeiro, o Projeto TamanduASAS do Instituto Estadual de Florestas, em parceria com o Ministério Público do Meio Ambiente e Projeto Bandeiras e Rodovias, vem se dedicando a esta espécie desde 2017 de uma maneira especial.

O TamanduASAS cria, reabilita e realiza solturas monitoradas de tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). É uma alternativa de destinação responsável que proporciona a não permanência em cativeiro de tamanduás nascidos em vida-livre.

Foi firmado com o Instituto Estadual de Florestas – IEF, um acordo de cooperação técnica, em regime de integração e cooperação mútua, para o desenvolvimento de projetos de pesquisa, de educação ambiental, de proteção à biodiversidade e de conservação da fauna silvestre, com ênfase nas atividades desenvolvidas no Projeto ASAS e TamanduASAS.

IEF, Nobilis e Projeto Bandeiras e Rodovias, visam aprimorar os conhecimentos sobre a espécie em cativeiro para contribuir com o manejo, destinação e conservação do tamanduá-bandeira no Brasil.

As ações do Projeto TamanduASAS fazem parte do Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação do Tamanduá-bandeira, do Tatu-canastra e do Tatu-bola – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

As áreas utilizadas para reabilitação e soltura são em propriedades particulares, de pessoas que querem contribuir com a preservação da fauna e da flora nativas. Para o cadastro de áreas de soltura de animais silvestres a Nobilis Fauna realiza estudos técnicos em campo para elaboração da lista de espécies de ocorrência nas áreas de soltura. Avalia o grau de preservação das áreas, quantidade e qualidade dos recursos que as áreas apresentam para os animais que serão reintroduzidos, além do aconselhamento sobre os locais mais adequados para a construção dos recintos de reabilitação

Foto: Aurélio Gomes - Retiro Águas Vivas

Foto: Aurélio Gomes


O projeto TamanduASAS trabalha com uma soltura branda, oferecendo, portanto, alimentação em comedouros externos ao recinto, como suporte para a adaptação à vida livre. As portas do recinto de reabilitação permaneceram abertas, dando liberdade para os tamanduás entrarem e saírem, respeitando seu comportamento.




Na fase de soltura, a NOBILIS atua no monitoramento em campo dos animais soltos nos Projetos ASAS e TamanduASAS. Para os tamanduás-bandeira, o monitoramento é realizando com equipamentos de rastreamento via GPS – Iridium e VHF. O principal objetivo é avaliar a sobrevivência e adaptação dos animais em vida livre. Com o monitoramento, busca-se respostas sobre a capacidade de busca por alimento e água, interação com humanos, interação com outros animais (domésticos e selvagens), deslocamento, dispersão, busca e estabelecimento de um território.

Juliana Magnino (Méd. Veterinária e Coord. do Projeto TamanduASAS ) e Victor Castro (Biólogo e fundador da Nobilis Fauna) realizando monitoramento de campo dos tamanduás-bandeira do projeto.